sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

FUTEBOL: rivalidade x insanidade!!


Estarrecido li sobre os mais recentes acontecimentos no Egito! Não, apesar de ser um amante das questões que envolvam política e aqui estar escrevendo em um blog de movimento de juventude político/partidária, não estou escrevendo sobre os desdobramentos do movimento denominado “primavera árabe” tampouco sobre os mais recentes protestos por redemocratização do país. Escrevo sim, sobre a triste mancha negra que se desenhou nesse país, famoso por suas pirâmides, que agora viu uma cena de barbárie estampada nas primeiras páginas de jornais mundo afora, pois em um jogo de futebol no país mais de 70 pessoas foram brutalmente assassinadas em uma briga generalizada motivada por desmedida rivalidade entre clubes de futebol egípcios.

Me pus a pensar se algo tão bárbaro e doentio poderia se refletir em nossa gaúcha realidade. Será que as tradicionais rivalidades do nosso futebol dos Pampas poderiam descambar em um quadro triste de violência como o visto no Oriente Médio? Os clássicos BA-GUÁ, CA-JU, BRA-PEL ou mesmo um GRE-NAL poderiam ficar marcados por um espetáculo macabro de sangue? Será que as brincadeiras sobre as qualidades dos times, os “mazembes”, as “segundas”, e todas as brincadeiras de uma rivalidade bonita e sadia, com mulheres e crianças nos estádios seriam substituídam por uma batalha campal, em que pessoas se matam simplesmente por vestir uma camiseta diferente?

Sinceramente, espero que as respostas para essas questões sejam sonoros NÃO! No entanto, apesar de acreditar que o futebol deva ser um espetáculo de diversão, que congregue amigos e famílias, que mantenha a rivalidade, sadia é claro, já que é ela que define a grandeza dos clubes, não posso deixar de temer que essa rivalidade por vezes extrapole seus limites. Por motivos de segurança foi-se o tempo em que podíamos ver um GRE-NAL com arquibancadas divididas irmanamente em azul e vermelho (salvo as exceções de clássicos fora da capital), e não raro vemos episódios de brigas pontuais, inclusive marcadas nas redes sociais, entre integrantes bossais de torcidas ditas organizadas, que em realidade são bandos criminosos. No entanto, quero acreditar que esses criminosos (de torcedores não podem ser chamados) sejam a ínfima minoria e não reflitam o comportamento dos milhares de torcedores/cidadãos que lotam nossos estádios a cada final de semana.

Feito o breve desabafo, espero que ele sirva de inspiração à todos os torcedores (fanáticos ou não) desse nosso “torrão sulino”, é bom torcer sim, ter um clube como foco de paixão não é problema algum, tirar sarro do amigo ou parente torcedor do outro time é das coisas mais divertidas do mundo, MAS TUDO TEM LIMITE! Façamos de nossos estádios palco de espetáculos esportivos, não uma arena de luta e barbárie.


Por Eduardo Berbacha Soares - Secretário de Formação Política JSB/RS


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